O Bebê de Charlote - Você Sabia?

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Charlotte era uma garota dark. Usava maquiagem pesada, cabelos tingidos de anilina roxa, tinha tatuagens de caveiras e cobras e piercings no rosto. Usava sempre longos vestidos pretos. Seus amigos também eram assim, uma tribo estranha. Ela tinha 18 anos e não tinha interesse por nada, não concluíra seus estudos, não trabalhava. Seus pais a acusavam de ser uma desajustada, vadia, e suspeitavam que usasse drogas, e por tudo isso a desprezavam,
concentrando seu amor na irmã mais velha, que seguia os chamados padrões normais da sociedade.

Charlotte sentia que não pertinencia a esse mundo e nada a satisfazia. Ela amava a morte e seu mistério insondável.Amava os dias sombrios e chuvosos, e a noite era seu elemento. Charlotte flertava com o suicídio. Gostava de pegar um estilete e fazer cortes em sua pele muito branca e acetinada, e apreciar o sangue escorrer lentamente...

Ela sabia que seus pais não a aceitavam e pensavam até mesmo em interná-la numa clínica psiquiátrica. Tivera alguns namorados, rapazes do seu bando, mas nenhum deles também a satisfizera, não a fizera feliz nem lhe dera prazer sexual

Certo dia, folheando um antigo livro de magia que comprara num sebo, Charlotte encontrou um ritual para invocar um Incubus, demônio do sexo. Decidiu chamar um deles, não que acreditasse naquilo, mas por mera curiosidade.

Naquela noite, trancada em seu quarto, Charlotte realizou o ritual. Acendeu juntas uma vela preta e outra vermelha e um incenso de canela em um prato virgem. Em um papel escreveu em círculo seu nome completo e o pedido de que um belo Incubus a procurasse aquela noite e lhe desse muito prazer. Isso feito, a garota abriu a janela de seu quarto, apagou a luz e deitou-se completamente nua

A lua cheia brilhava enorme no céu, as velas tremulavam. Charlotte espreguiçou-se na cama, aspirando o perfume sensual do incenso. Estava excitada, tocava-se de leve, apertando os róseos bicos dos seios. Depois cochilou... fechou os olhos. Estava na fronteira entre o sono e a vigília quando ouviu um pesado bater de asas. Sim, alguém entrara pela janela  

Era um homem alado. Charlotte sorriu, deliciada. Então, aquela magia funcionava mesmo! O Incubus aproximou-se. Era lindo, conforme ela pedira, tinha um perfume que lembrava almíscar. À luz do luar, Charlotte viu que ele tinha um corpo bem definido, grandes asas de morcego, olhos de um azul intenso, longos cabelos dourados... estava completamente despido, assim, ela pôde ver seu lindo falo também

Ele se debruçou sobre ela, começou a aspirar o cheiro de sua pele, de seus cabelos. Charlotte gemeu ao sentir aquelas mãos fortes e carinbhosas ao mesmo tempo acariciando a tenra carne de seus seios.Ele fez amor com ela demoradamente, sem pressa, e a levou ao orgasmo, que ela nunca tivera com homem algum. Um orgasmo intenso, delicioso... somente então ele se permitiu ter prazer. Então Charlotte sentiu aquele falo em suas entranhas e o longo gozo da entidade, que a inundava com seu leite... e perdeu os sentidos.

Na manhã seguinte, ao despertar daquele desmaio ou sono, Charlotte percebeu estranhas manchas verdes no lençol. Levou a mão ao meio das pernas e também encontrou a mesma substância. Então, o esperma de um Incubus é verde? Pensou, meio risonha. Dali em diante só pensava em repetir aqueles deliciosos momentos. Na outra noite refez o ritual e ele voltou, mais lindo que nunca. Passou a procurá-la todas as noites. Dava muito prazer a Charlotte, com as mãos, com a boca, de todas as maneiras

Charlotte estava completamente apaixonada pelo belo Incubua e perguntou como ele se chamava. Ele disse que seu nome era Agathos. Que não pertencia ao Céu nem ao Inferno, mas a um lugar intermediário entre ambos, a morada dos Elementais. Dó que um dia ele não voltou mais... Charlotte estava pálida e fraca, sentindo-se muito doente, nada lhe parava no estômago. A mãe a levou a um médico que depois de fazer uma ultrassonografia constatou que a moça estava grávida de dois meses

Você sabe ao menos quem é o pai? - perguntou-lhe a mãe com rispidez. - Só pode ser algum daqueles vagabundos com quem você anda

Charlotte não respondeu. Estava feliz, tudo o que desejava era rever seu amado Agathos e contar-lhe que teriam um filho juntos... mas ele não voltou, por mais que ela o chamasse. Que estranha barreira se interpunha entre os dois mundos?

Apesar do pré-natal, havia algo de errado naquela gravidez. Charlotte sentia terríveis dores internas e não podia sair da cama. Internada no hospital, uma nova ultrassonografia mostrou que o bebê apresentava uma estranha má formação. Quando Charlotte entrou no sétimo mês, os médicos decidiram fazer uma cesariana para tentar salvar sua vida, pois seu estado era muito grave.

Ao extraírem o bebê, ficaram petrificados ao ver que o menino tinha um grande par de asas nas costas, semelhantes às de um morcego, e seus olhos muito azuis estavam abertos e encaravam os médicos! Nese momento, um pesado rufar de asas se fez ouvir na sala de cirurgia. Um homem alado, anjo ou demônio, entrara voando pela janela e pairava no ar! Toda a equipe fugiu em pânico do bloco cirúrgico, deixando Charlottre sobre a mesa com o bebê ainda ligado a ela pelo cordão umbilical.

Agathos então se aproximou. Cortou com os próprios dedos o cordão umbilical e o amarrou. O bebê começou a chorar... Agathos o agasalhou em seu peito com infinita ternura. Ele tinha fome, precisava entregá-lo logo a uma Súcubus com seios bem grandes para ser amamentado. Olhou tristemente parta Charlotte, que já estava morta, e disse consigo, nós Incubus não devíamos nos envolver com as mulheres mortais. Mas nesse ponto não valemos mais que os homens terrenos, não é a cabeça que nos comanda, mas outra parte do corpo. Obrigado bela Charlotte, você me deu momentos maravilhosos e um filho lindo. E saiu voando pela janela com o bebê

fato estarrecedor; Charlotte estava oca por dentro, seus órgãos internos haviam sido devorados, como se o nfeto a tivesse usado como alimento... o misterioso homem alado e o bizarro bebê nunca mais foram vistos.